Por que conhecer a história de Israel (Parte 9)

 

A história de Israel nos permite conhecer melhor nossa cultura judaico-cristã

 

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Por Eguinaldo Hélio de Souza

Essa é uma questão de vida ou morte. Civilizações levam anos para serem formadas. E nossa civilização ocidental é acima de tudo judaico-cristã.

Nosso pensamento foi formado por dois elementos principais: a filosofia grega e as Escrituras Sagradas. Essa realidade é inegável. E nenhum povo abre mão de sua cultura sem pagar um preço alto por isso.

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Janer Cristaldo, jornalista ateu, ao ser questionado sobre o que alguém precisava para ser um bom jornalista, escreveu entre outras coisas:

Vivemos dentro de uma cultura cristã. Para entendê-la, deve o jornalista ter sólidos conhecimentos do cristianismo. Não deposito muita confiança em jornalista que não saiba percorrer com segurança a Bíblia. Nem entendo como pessoa culta quem não a tenha lido. (Não estou falando, é claro, da leitura fanática dos crentes). Queiramos ou não, neste livro estão as bases da cultura ocidental, seus mitos e crendices, seus dogmas e ideais, seus horrores e suas virtudes. 

Dessa forma a história dos judeus influenciou e determinou boa parte da história do Ocidente. Ao adotar a Bíblia como livro sagrado, também se estava adotando a história passada do povo judeu como história sagrada. E a mera narrativa histórica tem o poder de determinar muita coisa na história subseqüente. Dessa forma o Ocidente cristão ligou seu destino ao destino do povo judeu.

Quando sonhou, realizou e conquistou, movido por uma consciência de missão, ele o fez como que inspirado pelo sentido de missão do povo judeu presente nas Escrituras. “Consciência histórica é consciência de missão e conhecimento histórico é conhecimento transformador”, afirmou Jurgen Moltmann.

Todo ocidental, goste ou não, reconheça ou não, tem um pouco de judeu em si. E não só por essa forte influência das Escrituras em sua formação, mas também porque a história pós-bíblica do povo judeu, confundiu-se novamente com a história do Ocidente. Espalhado por todas as pátrias, os judeus a tornaram também um pouco judaicas. Mesmo as nações que os perseguiram e expulsaram, guardaram sua herança. Pensadores judeus como Marx, Freud e Einsten, Kafka, para o bem ou para o mal, moldaram o mente e o coração do Ocidente.

Apesar de todas essas perseguições e empecilhos, a contribuição que os judeus têm dado à humanidade no terreno da ciência, da literatura, da arte, da indústria, do comércio, da política e da diplomacia tem sido notável. A velha cultura sefardita produzira, entre outras, as figuras exponenciais de Maimonides e Spinoza. Entre os anos de 1907 e 1966 nada menos de cinqüenta pessoas de origem judaica receberam o Prêmio Nobel: dezessete o de Física, vinte o de Medicina e Fisiologia, seis o de Química, dois o da Paz e cinco o de Literatura.   (Érico Veríssimo, ‘Israel em abril’)

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