Por que conhecer a história de Israel (Parte 3)

Conhecer a história de Israel não é uma opção e sim uma necessidade para nossa fé. 

 

Mapa 12 tribos editado3 

 

Pr. Eguinaldo Hélio de Souza
 

Nossa fé é uma fé histórica. Os eventos descritos nas Escrituras não aconteceram porque nós cremos. Nós cremos porque de fato eles aconteceram. Nossa fé não produziu os fatos bíblicos. Ela se alimenta deles. São fatos de fato. Isso quer dizer que a nossa fé é uma fé histórica. Ela se apoia em coisas que tiveram lugar em um determinado espaço e em um determinado tempo.

De certa forma nossa fé se apoia na história. Não em uma história qualquer, mas na história bíblica. Mais precisamente na história bíblica de Israel.
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Independentemente do que alguns eruditos digam, outros tantos, libertos de pressupostos infundados, concordam que aquilo que está escrito aconteceu.

Entretanto, cabe ainda dizer que Deus não é apenas o Deus da Bíblia. Ele é o Deus da história.

Sim, o Eterno entrou no tempo e direcionou os rumos da humanidade. Ele fez coisas neste mundo que foram registradas nas páginas das Escrituras e a fidedignidade da narrativa nos possibilita conhecer e apreciar seus feitos.

Ele chamou um simples cidadão da Mesopotâmia e prometeu fazer dele uma grande nação e assim foi. Essa grande nação ficou escrava no Egito, como havia sido predito e depois foi dali libertada de modo sobrenatural. Ele não apenas abriu o Mar Vermelho para esse povo passar, mas Ele mesmo caminhou com eles através do mar aberto e do deserto que lhes cabia atravessar. Sustentou-os nesse deserto, com água e com comida, no Sinai deu-lhes suas leis e os fez herdar a terra que havia prometido.

Por inúmeras vezes lhes falou, diretamente ou por anjos, e por diversas vezes interveio, quer punindo-os quer derrotando seus inimigos. Esteve presente por sua palavra ou por seus ministros nas diversas fases da história sagrada.

De modo que podemos dizer que Deus não é apenas o Senhor da história, Ele é também seu personagem principal, participando da vida de seu povo a cada passo.

Quando dizemos que cremos em Deus, não estamos falando de algum Deus que porventura tenha falado e agido em oculto no coração de algum profeta seu. Não estamos colocando nossa fé em alguma experiência mística que alguém alega ter vivenciado ou em verdades ocultas surgidas apenas em sua mente. Não estamos confiando na iluminação de algum Buda deitado embaixo de uma figueira e meditando em conceitos abstratos. Nós cremos em Deus porque Ele tem se manifestado no tempo e no espaço.

Ele fez coisas. Ele realizou coisas. Eventos tiveram lugar mediante sua Palavra e sua manifestação.  Nosso conhecimento acerca Dele não é fruto de conclusões filosóficas. É fruto de testemunho histórico. Não chegamos a crer Nele como um resultado da lógica, mas por meio da constatação de fatos. O Deus no qual cremos não é produto de abstrações, meditações, filosofias. Ele é o Deus presente na história, história essa que foi registrada de forma inspirada.

O Oriente Médio foi palco da ação divina.

Não apenas hebreus, mas egípcios, assírios, caldeus, cananeus, moabitas, edomitas e inúmeros povos foram impactados com as ações divinas. O poder de Deus se manifestou na história e quando dizemos que cremos em Deus sabemos muito bem a qual Deus estamos nos referindo. Um Deus que teve e tem história, cujos registros inspirados são suficientes para alimentar e sustentar nossa confiança Nele.

Como escreveu John Stott:

A história não é um fluxo de acontecimentos ao acaso. Deus executa, no devido tempo, o plano que concebeu na eternidade passada e será consumado na eternidade futura.

Ou como escreveu Steven Hawthorne:

A Bíblia é, basicamente, uma história sobre Deus. (…) Deus só pode ser amado na medida em que é conhecido. É por isso que a história da Bíblia é a história de Deus se revelando para atrair a si obediente adoração e a glória das nações. Com o amor apaixonado de Deus no centro, a Bíblia é realmente a história de sua glória.

Se nossa fé é uma fé histórica e se a história de Israel está no centro da história do mundo, então nossa fé só pode ser construída, desenvolvida e definida por essa história. Conhecer a história de Israel não é uma opção e sim uma necessidade para nossa fé. É nela que o plano redentor de Deus se fará fé em nossos corações.

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